“Christie’s foi fundamental à internacionalização da Porta da Frente”
A Porta da Frente é uma empresa de mediação imobiliária que opera no mercado há duas décadas, em particular no mercado ‘prime’ ou de luxo. Entre os muitos empreendimentos emblemáticos que comercializou merece especial referência o Estoril Sol.
Em 2012, foram eleitos pela Christie’s, International Real Estate, para representar em exclusivo a marca no mercado de mediação de luxo na área de Cascais, Grande Lisboa e Alentejo.
Como se adaptou a Porta da Frente à crise que atingiu o mercado imobiliário em Portugal depois de 2008-2009…?
Penso que procurámos reagir à crise de duas formas. Diferenciando os nossos serviços pelo profissionalismo no atendimento e divulgação dos nossa carteira de imóveis e por outro lado pela procura de novos mercados que estivessem no ciclo económico inverso do nosso. Tivémos um escritório em Luanda até 2012, ano em que nos voltámos para o mercado brasileiro e europeu. E resultou. Durante o período de crise crescemos todos os anos em volume e número de negócios.
A vossa afiliação à Christie’s tem criado sinergias importantes para a empresa?
Indiscutivelmente. A nossa afiliação à Christie’s, em Fevereiro de 2012, foi fundamental para consolidar a nossa estratégia de internacionalização. A Christie’s tem escritórios em quase todas as capitais e cidades dos mercados onde pretendíamos entrar; e isso constitui uma mais-valia muito importante na captação de clientes. Temos feito muitas acções em parceria com os afiliados do Brasil, Suécia, África do Sul e HG. Pretendemos durante este final de ano e início do próximo procurar novos mercados no oriente através da rede Christie’s. Ainda na semana passada fizemos 2 eventos de divulgação em São Paulo e Brasília com o nosso parceiro Christie’s local AXPE. Estes eventos contaram com 250 participantes em São Paulo e 150 em Brasília.
Como analisaria o actual estado de coisas no mercado imobiliário nacional, em particular no segmento de luxo, onde a Porta da Frente opera ?
Estamos a viver um bom momento. Temos sido um agente activo na recuperação do mercado imobiliário. Há cerca de 2 anos fizemos o primeiro lançamento pós-crise de um empreendimento em planta. Vendemos em planta 9 apartamentos de um pequeno edifício na Rua da Madalena em 4 meses. Seguimos com o primeiro edifício de habitação na Av. da Liberdade. Foi um sucesso. Quase todo comprado por estrangeiros. A partir daí, começaram a surgir muitos e bons projectos que estamos a comercializar ou já terminámos a sua comercialização.
O mercado Internacional tem sido – ou ainda é… – a grande «bóia de salvação»?
Sem dúvida que o mercado internacional foi a principal fonte dos clientes que proporcionaram esta recuperação. Acreditaram que estávamos a sair da crise e resolveram investir num país estruturado, com um sector imobiliário maduro, sem histórico de bolhas imobiliárias, com um preço por m2 muito inferior a todas as outras principais cidades europeias. Mas há um número crescente de portugueses a entrar no mercado. Acreditamos que é uma tendência crescente e sólida. No ano de 2013 registámos apenas 15% de vendas a nacionais. Neste primeiro semestre essa percentagem subiu para 25%.
A vossa empresa trabalha há muitos anos de forma continuado o mercado do Brasil. Quer-nos dar as suas impressões sobre como tem corrido essa relação?
Apostámos forte no Brasil numa altura em que o fluxo de investimento imobiliário dos brasileiros se dirigia para Miami. Lisboa não era destino. Apenas ponto de passagem para outros países europeus. Por desconhecimento. O nosso trabalho foi apresentar o país e levá-los a visitar. Muito mudou o panorama nestes anos que levamos de viagens mensais ao Brasil. Descobriram o 11º país mais seguro do mundo. Um país que fala a mesma língua, onde não se sentem estrangeiros, completamente infraestruturado, onde as coisas funcionam. Nesta altura os brasileiros representam quase 40% da nossa facturação, e estamos confiantes que o investimento que fazemos irá continuar a dar frutos. Neste esforço, contámos mais uma vez com a rede Christie’s que tem escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro.
Como perspectiva o futuro próximo do imobiliário no nosso país? O que é preciso ou se deve fazer…?
É preciso continuar a procurar novos mercados. Apresentar o país e a zona de Lisboa como a melhor para se viver na Europa. Manter a estabilidade política. Manter os programas do Golden Visa, do residente não habitual bem como a ausência de imposto sucessório e as políticas de incentivo à reabilitação urbana.
Pensamos também que quando os bancos tiverem mais liquidez e puderem baixar os spreads, os portugueses irão responder voltando em maior número ao mercado.
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Fonte: Diário Imobiliário