Foram encontradas num compartimento lacrado na adega do Liberty Hall Museum, em Nova Jersey, quase três caixas de vinho da Madeira de 1796 – e no sótão, enterrado sob pilhas de palha, aproximadamente 40 garrafões datados da década de 1820.
Em 2015, durante um projeto de renovação de seis meses no Liberty Hall Museum, foi tomada a decisão de remover uma parede falsa na adega da casa. A parede provavelmente teria sido erguida durante a época da Lei Seca.
À medida que a parede caía, a adega original era revelada. Coberta por anos de fuligem, poeira e teias de aranha, o seu conteúdo incluía quase três caixas de vinho da Madeira de 1796, e várias caixas de gin, uísque e outras bebidas alcoólicas. Aproximadamente 40 garrafões – barris ou grandes garrafas – da Madeira da década de 1820 também foram encontrados no armário de vinho do sótão da casa, enterrados sob pilhas de palha.
“Não fazíamos ideia do que tínhamos até começarmos a fazer uma pesquisa de fundo, e percebermos que tínhamos algo muito raro para os Estados Unidos”, explica Bill Schroh Jr., diretor de Operações no Liberty Hall Museum. E estava certo, pois a descoberta representa uma das maiores coleções antigas conhecidas de vinho da Madeira nos Estados Unidos e uma das mais extensas do mundo.
De acordo com relatos históricos, as 13 colónias originais dos Estados Unidos importaram cerca de 95% do vinho produzido nas ilhas portuguesas da Madeira. A Madeira era uma bebida popular na América colonial e nos primeiros Estados Unidos, principalmente porque era fácil de transportar e tinha uma grande durabilidade. George Washington e Thomas Jefferson eram coleccionadores famosos, assim como o presidente da Suprema Corte, John Marshall, e o vinho da Madeira foi usado para brindar tanto a Declaração da Independência como a inauguração de George Washington. Grande parte do vinho descoberto no Liberty Hall ainda é rotulado com etiquetas manuscritas, e pode ser referenciado nos milhares de documentos referentes à casa que datam de mais de 200 anos.
“Encontrar aqueles garrafões da década de 1820 é único”, confirma o diretor de vinhos da Christie’s, Edwin Vos, especialista em vinho da Madeira, e o homem que criou o inventário da descoberta do Museu Liberty Hall em 2017.
A 7 de Dezembro, em Nova Iorque, a Christie’s leiloará uma oferta desta colecção histórica, destacada por uma selecção de garrafões que foram arrolhados em Outubro deste ano em parceria com a APCOR, Associação Portuguesa de Cortiça, e catalogados sob a perícia de Francisco Albuquerque, Enólogo da Blandy’s Madeira Wine Company, SA e Edwin Vos. O leilão também inclui quatro garrafões de Bourbon americano do final do século XIX.
Fonte oficial: Christie’s
Descoberta: uma das maiores coleções de vinho da Madeira nos Estados Unidos
11 de Outubro, 2018
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